A editora Quelônio lança hoje o segundo livro do poeta, jornalista e produtor cultural Antonio Martinelli, chamado Gaia. A live com o autor acontece às 20h, no Instagram da editora.
A obra traz projeto gráfico de Sílvia Nastari e ilustrações de Julia Goeldi. Feitos especialmente para o livro, os desenhos ressaltam as relações entre o humano, seus impulsos instintivos e a dimensão cósmica. A capa do livro traz uma reprodução do olho da cadela do poeta, que se chama Gaia.
Gaia reúne poemas em que a voz do eu-lírico se constitui de maneira filosófica, visionária, cósmica e ao mesmo tempo política. O livro tem início com poemas que declaram a incapacidade de dissociarmos a atuação do humano de sua responsabilidade perante a Terra como um organismo vivo.
São poemas sobre a maneira como a interioridade psíquica e onírica mantém uma chama de respeito e de desejo em relação ao planeta, ao mundo natural, ao ambiente, às cidades e às relações.
O discurso que os poemas constroem perfaz uma tentativa de elencar os dilemas do humano na era do Antropoceno, quando a racionalidade, a civilização e a ciência atingiram níveis de excelência, mas não conseguiram universalizar suas conquistas. A Gaia atual é um reflexo das dificuldades do humano em domar seus impulsos ambivalentes.
É assim que os poemas de corte mais lírico e amoroso se comunicam com os poemas mais telúricos e políticos, que dominam a parte final do livro: o desafio ético do eu contemporâneo pressupõe encontrar os pontos de contato e de afeto que o liguem aos seus iguais, aos seus semelhantes, aos dessemelhantes, aos inimigos, aos narcisos.