Nas breves reflexões de Pequenas resistências, a canadense — naturalizada norte-americana — Rivka Galchen analisa os desafios e prazeres da maternidade para mulheres artistas. É o primeiro livro da autora traduzido no Brasil.
Sem propor algum tipo de solução para se conciliar a carreira artĂstica com o papel de mĂŁe, Galchen transita pela ambivalĂŞncia dessas condições. “No final de agosto nasceu uma bebĂŞ, ou, como me pareceu, uma puma se mudou para o meu apartamento, uma força quase muda”, anota no texto Há muito, muito tempo, no final de agosto.
O convĂvio com a bebĂŞ, define a autora, fez com que ambas parecessem protagonizar uma comĂ©dia romântica “em que duas pessoas que nĂŁo falam a mesma lĂngua acabam ainda assim se apaixonando”. E o mundo de Rivka se torna, entĂŁo, “ridiculamente, suspeitosamente, adverbialmente encharcado de significado”.
Para alĂ©m de descrever a experiĂŞncia de dividir a existĂŞncia com sua pequena puma, a escritora elenca uma sĂ©rie de mulheres, ao longo da HistĂłria, que tiveram suas carreiras artĂsticas interrompidas devido Ă maternidade.
Rivka Galchen estudou inglês, medicina (com foco em psiquiatria) e artes. Em 2008, no mesmo ano em que ministrou aulas de escrita na Universidade Columbia, lançou o romance Atmospheric disturbances — pelo qual ganhou o Prêmio Internacional William Saroyan.