🔓 “Papo literário” discute a leitura e a literatura em Foz do Iguaçu (PR)

12/03/2013
José Castello debate a crítica literária em novembro no projeto Papo literário
José Castello debate a crítica literária em novembro no projeto “Papo literário”

Em 2013, o Sesc Foz do Iguaçu leva ao público um novo projeto voltado à leitura e à literatura. Organizado em seis encontros, entre os meses de março e novembro, o “Papo literário” propõe conversas, num tom descontraído e acessível, sobre temáticas relevantes no campo da leitura e da literatura.

No encontro que abre o projeto, no dia 14 de março, o jornalista Rogério Pereira, editor do Rascunho, discute a leitura no cotidiano das pessoas, os mediadores de leitura e políticas de governo que estão sendo colocadas em prática no Brasil.

Na seqüência, o escritor e editor Thiago Tizzot debate a literatura fantástica; a arte-educadora Rosy Greca fala sobre contação de histórias; o escritor, poeta e músico Luiz Felipe Leprevost apresenta e comenta as características da poesia contemporânea; o professor universitário e tradutor Caetano Galindo trata da tradução literária; e José Castello encerra os encontros do projeto, discutindo a crítica literária.

14 de março / O lugar da leitura
Com Rogério Pereira
Um país que lê pouco não se desenvolve. Os baixos índices de leitura em nossa sociedade são observados, atualmente, como um dos maiores entraves para o desenvolvimento do país, chamando a atenção de instâncias políticas, acadêmicas, sociais e empresariais. Fazer com que a leitura faça parte do cotidiano das pessoas é um desafio no qual precisam estar envolvidos instituições governamentais, escolas, organizações sociais e a sociedade como um todo. Que lugar a leitura ocupa no dia a dia dos brasileiros? Que políticas de Estado estão sendo implementadas para que o Brasil se torne um país de leitores? Qual o papel da escola e da família?
Rogério Pereira é graduado em Jornalismo, com pós-graduação em Comunicação e Gestão Pública pela Universidade Complutense de Madri (Espanha). Em 2000, fundou o Rascunho, atualmente o principal veículo brasileiro especializado em literatura. Coordena o projeto Paiol Literário e faz curadorias para bienais do livro e eventos literários. Atualmente, é o diretor-geral da Biblioteca Pública do Paraná. Escreve crônicas semanais para o site Vida Breve. Prepara o lançamento de Na escuridão, amanhã, seu primeiro romance.

23 de maio / A semântica da literatura fantástica
Com Thiago Tizzot
Gênero narrativo bastante presente nas telas do cinema e na literatura, o texto “fantástico” arrebatou muitos fãs e se popularizou no mundo inteiro, ganhando a preferência, sobretudo, de crianças e de adolescentes. As sagas são povoadas de elementos mágicos e de seres imaginários, tudo bem distante do mundo real. Experiências sobrenaturais e tempo não linear também marcam o estilo das narrativas. De fato, a literatura fantástica seduziu e continua conquistando milhares de pessoas. O que fez este gênero se tornar um fenômeno de vendas? Que significados a literatura fantástica imprime em sua construção?
Thiago Tizzot é escritor, autor dos livros O segredo da guerra e A ira dos dragões e outros contos. É proprietário da Editora e Livraria Arte & Letra.

04 de julho / Tecendo histórias
Com Rosy Greca
A arte de contar histórias é milenar e está presente em todas as culturas. A contação de histórias está cada vez mais presente no cotidiano das pessoas, especialmente na cultura das crianças, favorecendo a reflexão e o contato com questões sociais. Uma história bem contada, que explora o universo do lúdico e da fantasia, pode conduzir o público infantil para o universo da leitura, da literatura, da descoberta, do conhecimento. É uma forma de se criar a cultura do livro. Como incutir nos pais e na família o hábito de contar histórias para os filhos? E na escola, os professores estão preparados para esse trabalho? Eles se utilizam dessa ferramenta?
Rosy Greca, graduada em Educação Musical e pós-graduada em Fundamentos do Ensino da Arte pela Faculdade de Artes do Paraná (FAP), é compositora, artista, diretora e produtora musical, narradora de histórias, arte-educadora e produtora cultural. Criadora e produtora de espetáculos musicais, teatrais e de narração de histórias para o público em geral, com ênfase na produção artística para crianças. Autora do livro A canção para crianças – uma contribuição ao reencantamento da infância.

19 de setembro / Poesia em eterno movimento
Com Luiz Felipe Leprevost
A reinvenção do cotidiano e do humano é uma das possibilidades que a poesia apresenta a todo instante em vigorosas vozes contemporâneas. Busca incessantemente respostas (e faz muitas perguntas) para a máquina do mundo, seu funcionamento e suas contradições. Se, como diria Harold Bloom, Shakespeare inventou o humano, como a poesia brasileira contemporânea o reinventa, o recria? Os poetas acompanham este tempo de transição, de alta velocidade, que nos envolve com voracidade? Ou o tempo da poesia é outro? Que tipo de reflexo a poesia constrói de si mesma? Na algaravia de vozes espalhadas pelo Brasil, que timbre poético sobressai? É possível identificar uma marca na poesia contemporânea brasileira?
Luiz Felipe Leprevost nasceu em Curitiba (PR), em 1979. É escritor, poeta, músico e dramaturgo. É autor dos livros Manual de putz sem pesares, Inverno dentro dos tímpanos e Barras antipânico e barrinha de cereal, entre outros. Seus contos e poemas foram publicados em diversos veículos. Em 2012, lançou seu primeiro romance, E se contorce igual a um dragãozinho ferido.

22 de outubro / Tradução: o exercer de uma nova mirada
Com Caetano Galindo
Tradutores, filósofos da linguagem, professores, historiadores têm a tradução como a construção de pontes entre culturas estrangeiras, entre a cultura do texto original e a do idioma para qual este texto está sendo transcrito. Discute-se a renúncia pela busca da tradução perfeita como necessidade básica para a recompensa que dela advém. Fala-se ainda da necessidade que o ser humano tem pela comunicação, por conhecer o estrangeiro e se apropriar dele, mesmo que por meio de uma tradução. Assunto por vezes polêmico, tradutores afirmam ainda ter a responsabilidade da reinvenção do texto que estão traduzindo, de inferir suas impressões e entregar ao leitor um texto transformado. Qual o real papel do tradutor enquanto mediador entre a obra original e o leitor? Seria a tradução o exercer de uma nova mirada sobre um texto através do olhar de quem o traduz?
Caetano Waldrigues Galindo é professor do curso de Letras da Universidade Federal do Paraná. Como tradutor, já escreveu em português livros de autores como Ian McEwan, Tom Stoppard, Thomas Pynchon e James Joyce. Sua versão do Ulysses lhe rendeu o prêmio de Melhor Tradução de 2012 da Associação Paulista de Críticos de Arte.

21 de novembro / Era meu texto uma crítica literária?
Com José Castello
A crítica literária tem sido ao longo dos séculos uma reflexão sobre a obra de arte. Por vezes, ela abre-se ao debate, em outras tenta convencer ou mesmo convida o leitor à contradição. Ao exercermos uma crítica sobre uma obra literária, buscamos representar determinados aspectos das realidades culturais, nos âmbitos históricos, sociais, psicológicos, políticos, econômicos ou religiosos. Entretanto, fala-se hoje sobre o fim da crítica literária, sobre uma transformação no ato de escrever sobre outra obra. Teóricos estudiosos do tema caminham ao lado de jornalistas não especializados, ambos divulgando nas mídias impressas ou não seus pareceres positivos, negativos ou neutros, apenas impressões. Muitas vezes estas reflexões podem ser confundidas ou intituladas como ensaios ou crônicas, sugestões de um ávido leitor. Afinal, o que seria a crítica literária? Ela ainda existe ou tornou-se um termo que precisa ser revisto, redefinido, ou mesmo abandonado?
José Castello nasceu no Rio de Janeiro, em 1951. Jornalista e escritor é colunista do Rascunho e do suplemento Prosa & Verso, do jornal O Globo, onde também mantém o blog A literatura na poltrona. Escreveu livros sobre a vida de Vinicius de Moraes e de João Cabral de Melo Neto. É autor de Inventário das sombras, Fantasma e do romance Ribamar (Prêmio Jabuti), entre outros.

Serviço
Papo literário com Rogério Pereira

Dia 14 de março, às 20h
Local: Biblioteca do Sesc Foz do Iguaçu (Av. Tancredo Neves, 222)
Informações: (45) 3576-1300
Entrada franca.

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