🔓 Obra do russo Andrei Platônov discute contradições comunistas

“Tchevengur”, único romance finalizado do autor, imagina uma cidade na qual se cumpriu a utopia soviética; livro está em pré-venda pela Ars et Vita
Andrei Platônov, autor de “Tchevengur”
21/10/2021

No romance Tchevengur, em pré-venda pela Ars et Vita, o russo Andrei Platônov (1899-1951) elabora uma cidade na qual personagens ultrarrevolucionários concebem o “paraíso” comunista imaginado pela União Soviética.

Na história, ambientada na década de 1920, o filho de um suicida e o líder Stepán Kopienkin, acompanhado por sujeitos da força proletária, percorrem o país em busca do utópico éden igualitário — e acabam encontrando a cidade que dá nome à obra, onde “seres humanos belos e possessos concebem o inconcebível”, conforme descrição da editora.

De acordo com o filósofo esloveno Slavoj Zizek, “Platônov é o maior escritor russo/soviético do século 20. Ele viu a aterrorizante dimensão niilista mesmo antes do stalinismo”. O romance, escrito entre 1927 e 29, só foi publicado integralmente em 1988 e demonstra, pelo discurso dos personagens, as contradições do regime.

Andrei Platônov nasceu em Voronezh, na Rúsia, em 1899. Filiou-se ao Partido Comunista por um breve período, tendo sido expulso devido às críticas que fez aos “revolucionários oficiais”. Publicou alguns livros em vida, como Eletrificação e A profundeza azul, mas só foi melhor reconhecido postumamente. Morreu em 1951.

Tchevengur
Andrei Platônov
Trad.: Maria Vragova e Graziela Schneider
Ars et Vita
584 págs.
Rascunho

Rascunho foi fundado em 8 de abril de 2000. Nacionalmente reconhecido pela qualidade de seu conteúdo, é distribuído em edições mensais para todo o Brasil e exterior. Publica ensaios, resenhas, entrevistas, textos de ficção (contos, poemas, crônicas e trechos de romances), ilustrações e HQs.

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