(10/10/20)
Reportagem do jornal Folha de S. Paulo deste sábado (10) mostra que o escritor carioca João Paulo Cuenca está sendo processado por dezenas de pastores da Igreja Universal do Reino de Deus por conta de uma postagem que fez no Twitter. Em junho passado o autor escreveu na rede social que o “brasileiro só será livre quando o último Bolsonaro for enforcado nas tripas do último pastor da Igreja Universal”, parafraseando texto de Jean Meslier, autor do século 18, que escreveu que “o homem só será livre quando o último rei for enforcado nas tripas do último padre”.
São mais de 80 ações apresentadas a juizados especiais cíveis em 19 estados, com pedidos de ressarcimento por dano moral em valores entre R$ 10 mil e R$ 20 mil.
O escritor afirmou ao jornal que “as ações são muito parecidas, são todos pastores da igreja, isso é uma ação coordenada, isso é litigância de má-fé. Essas pessoas estão usando o sistema jurídico do país para me constranger. Essa ação coordenada é um abuso do uso da Justiça”.
A Igreja Universal nega a acusação de Cuenca de que a instituição esteja coordenando a apresentação das ações judiciais contra o escritor.
João Paulo Cuenca tem 42 anos e é autor dos romances O dia Mastroianni e O único final feliz para uma história de amor é um acidente. Desde o começo dos anos 2000 escreve crônicas para veículos de imprensa do Brasil, como O Globo, Folha de S. Paulo e DW Brasil. Esses textos foram reunidos na antologia A última madrugada.
