Sete anos depois do romance Quem vai ficar com Morrissey?, o paulista Leandro Damasceno Leal volta à narrativa longa com Olho roxo. Na nova trama, Nivaldo está em 2014 e resolve investigar o próprio passado por meio da escrita.
Nesse processo de autodescoberta, o protagonista — prestes a se tornar um quarentão — revisita um soco que tomou na cara no final dos anos 1990 e vai ainda mais para trás, buscando descobrir a origem do ódio que o consome.
“Babaca. Em todos esses anos que passei pensando, sem imaginar como, em escrever minha história, a única coisa certa era que ela começaria com esta palavra. Nunca soube quais outras viriam em seguida, mas esta teria de ser a primeira”, é como Nivaldo começa a narrativa.
Repleto de referências à cultura pop, o livro traz ecos das músicas de Velvet Underground, Echo And The Bunnymen e Amado Baptista. Além disso, é impregnado pelo cheiro do sabonete Phebo — “presente na memória afetiva de tantos, se faz sentir por todas as páginas”, explica o autor.
A jornada, misto de livro de viagem e romance de formação, também põe em cena figuras como boxeadores, prostitutas, caminhoneiros, assassinos e donas de casa frustradas. Para Reginaldo Prandi, que assina o prefácio, é de uma “brasileirice de doer”.
Paulista de São Caetano do Sul, Leandro Damasceno Leal nasceu em 1977 e é redator publicitário há mais de duas décadas. Publicou os romances Quem vai ficar com Morrissey? e Olho roxo.