🔓 O novo Rascunho e suas muitas batalhas

Rascunho ganha novo site, novos colunistas, cronistas, conteúdo exclusivo digital, notícias diárias. E uma versão impressa com 48 páginas
Versão impressa do Rascunho passou de 32 para 48 páginas, com novo projeto gráfico desenvolvido pelo Estúdio Thapcom
21/09/2020

Ao ultrapassar os 20 anos de estrada, completados em abril, o Rascunho sempre esteve diante desta palavra: resistência. Mas para além de resistir, sobreviver, manter-se, seguir adiante ou qualquer outro verbo que nos impulsione, o jornal nunca abandonou a ideia de que é possível contribuir com um Brasil diferente deste que alguns tentam nos enfiar goela abaixo. Ao dedicar sua existência à literatura, aos livros, à leitura, o Rascunho busca, mesmo que de maneira microscópica num país imenso, dilatar a consciência dos leitores, abrir frestas para novas experiências diante da palavra escrita, fisgar desavisados, estimular os bons debates, apresentar a literatura brasileira, discuti-la, promovê-la. Enfim, enfrentamos muitas batalhas a cada edição. E lutamos ferozmente pela vitória a cada uma delas.

É com este espírito (e não falemos das dificuldades que esta pandemia nos coloca) que o Rascunho decidiu, mais uma vez, apostar na civilidade, no fortalecimento da cidadania, na oportunidade ao outro, no gesto de ampliar as possibilidades de leitura. Esta edição marca o crescimento da edição impressa de 32 para 48 páginas. Obviamente, teremos ainda mais espaço à literatura, às ideias, às boas batalhas. Sempre com o espírito crítico que marca a trajetória do Rascunho desde sua fundação. Novos colunistas e colaboradores (e sem eles nada disso seria possível) chegarão em breve, como Noemi Jaffe, Fabiane Secches, José Castilho, Luiz Ruffato e Nilma Lacerda, para citar apenas quatro nomes que estarão ao lado daqueles que já integram nossa equipe.

Além de maior, o Rascunho também está mais bonito e elegante, com os providenciais ajustes realizados no projeto gráfico pelo talentoso Alexandre De Mari e sua equipe do Estúdio Thapcom.

O Rascunho passa a ter um sistema de assinatura recorrente mensal para as versões digital (R$ 7,90) e digital + impressa (12,90).

Com a consolidação do Rascunho como veículo impresso, mesmo nestes tempos em que publicações impressas agonizam, chegou a hora de também olhar com mais atenção para o mundo digital. Assim, nasceu este novíssimo site rascunho.com.br, igualmente desenvolvido pela Thapcom. Além de todo o conteúdo da versão impressa, o leitor encontrará notícias diárias, conteúdo exclusivo (resenhas, ensaios, entrevistas) e uma plural equipe de cronistas, formada por autores como Bel Santos Mayer, Carolina Vigna, Claudia Nina, Giovana Madalosso, Henrique Rodrigues, Itamar Vieira Junior, José Roberto, Torero, Julia Dantas, Marcelo Moutinho, Mariana Ianelli, Socorro Acioli. Novos nomes serão anunciados em breve. As crônicas serão atualizadas no site a partir de outubro.

Neste início, estarão disponíveis no site todas as edições entre 2017 e 2020. Num processo contínuo, as demais edições serão atualizadas até a número zero, de 8 de abril de 2000. A versão digital do Rascunho será uma referência para pesquisas sobre a literatura brasileira nos últimos 20 anos.

Para além da dedicação de dezenas de colaboradores (na edição de outubro, por exemplo, cerca de 60 pessoas contribuíram de alguma maneira), o Rascunho passa a ter um sistema de assinatura recorrente mensal para as versões digital (R$ 7,90) e digital + impressa (12,90).

Sabemos que diante dos inúmeros problemas e prioridades sociais que envolvem o Brasil, um jornal de literatura contribui de maneira quase imperceptível — uma aparente invisibilidade. Mesmo perante a esta suposta fragilidade, o Rascunho segue acreditando na capacidade que os livros, a literatura e as boas histórias têm de reforçar a nossa cidadania e, com isso, contribuir de alguma maneira para o país diminuir certa escuridão que o envolve. Esta é uma batalha que vale a pena.

Rogério Pereira

Nasceu em Galvão (SC), em 1973. Em 2000, fundou o jornal de literatura Rascunho. É criador e coordenador do projeto Paiol Literário. De janeiro de 2011 a abril de 2019, foi diretor da Biblioteca Pública do Paraná. Tem contos publicados no Brasil, na Alemanha, na França e na Finlândia. É autor dos romances Antes do silêncio (2023) e Na escuridão, amanhã (2013, 2ª edição em 2023) — finalista do Prêmio São Paulo de Literatura, menção honrosa no prêmio Casa de las Américas (Cuba) e traduzido na Colômbia (Babel Libros) — e da coletânea de narrativas breves Toda cicatriz desaparece (2022), organizada por Luiz Ruffato.

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