🔓 O estrangeiro

01/03/2012

“Tenho uma teoria de que grandes livros sempre começam pegando o leitor pelo colarinho e não deixam o sujeito escapar. Nesse aspecto, poucos iniciam de forma tão impactante quanto O estrangeiro, de Albert Camus. “Hoje, mamãe morreu. Ou talvez ontem, não sei bem”. Como ser indiferente a um livro assim? Como não sentir identificação ou repulsa em relação a Mersault? Como dizer “tanto faz” a este personagem e à maneira com que ele se posiciona em relação à vida, às pessoas e ao mundo? Li esse livro na adolescência e achei ter sido marcado de forma indelével para o resto da vida. Há alguns anos, mais velho e menos ingênuo, resolvi reler a obra e descobri um novo livro. Não que houvesse algo de novo na história, eu é que não era mais o mesmo e a experiência da leitura se revelou algo ainda mais intenso e revelador do que da primeira vez. Por tudo isso, recomendo a leitura de O estrangeiro e também a sua releitura alguns anos depois. Eu agendei a minha próxima para muito em breve.”

 

 

 

 

 
Victor Mascarenhas é escritor e roteirista. Seu primeiro livro, Cafeína (Fundação Casa de Jorge Amado), foi um dos vencedores do Prêmio Braskem Cultura e Arte 2008. Em 2011, foi um dos finalistas do Prêmio Off Flip e lançou seu segundo livro, A insuportável família feliz (P55, coleção Cartas Bahianas).

Rascunho