(18/12/20)
A Faro Editorial lança neste mês uma edição especial do clássico O corvo, de Edgar Allan Poe. Com tradução de Thereza Christina Rocque da Motta, a obra-prima do autor americano chega às livrarias numa edição capa dura e bilingue, com as ilustrações originais de James Carling.
Um homem atormentado pela morte da amada é despertado pelo barulho incessante de um corvo, e a trama que se desenrola no poema demonstra tanto a genialidade do autor quanto os demônios que ele carregava.
The raven, no original, é o texto fundador de apresentação da Filosofia da Composição, proposta pelo autor, em que afirma que a boa escrita nasce de um processo metódico e analítico, e não intuitivo. Poe escreveu diversos livros e contos, mas nenhuma outra história atraiu tantos leitores e tamanho reconhecimento pela crítica especializada.
O corvo foi publicado dois anos após a morte precoce da esposa do escritor. E o autor não teve tempo para ver o sucesso de sua obra. Morreu na miséria e sem saber que seu corvo seria adaptado para TV, cinema, séries, cartoons e teatro por sua carga dramática, perene e universal.
O escritor nasceu em Boston, em 1809, e faleceu em Baltimore, em 1849. Na curta trajetória, conseguiu fazer muito: foi poeta, contista, editor, crítico literário e trabalhou em diversos jornais em Richmond e Nova York, onde publicou diversas de suas histórias.
Poe foi um dos primeiros contistas americanos e é considerado o inventor do gênero de ficção policial e científica, e o primeiro a tentar sobreviver como escritor full time. Casou-se em segredo com sua prima Virginia, de 13 anos, que veio a falecer 11 anos mais tarde de tuberculose, dois após a publicação de O corvo, em 1845. Em 1839, foi publicada, em dois volumes, sua coleção Tales of the grotesque and arabesque (traduzida para o francês por Baudelaire como Histoires extraordinaires), que, apesar do insucesso financeiro, é apontada como um marco da literatura norte-americana. Entre seus vários contos famosos estão O gato preto e Os assassinatos da rua Morgue.