O caderno rosa de Lori Lamby, lançado quando Hilda Hilst (1930-2004) estava com 60 anos, marca o adeus da paulista à “literatura séria”. A obra, reeditada pela Companhia das Letras, “impressiona pela ousadia e atualidade”, de acordo com posfácio da psicanalista Vera Iaconelli.
No livro, fruto da insatisfação de Hilda com a recepção do público ao seu trabalho poético, Lori é uma menina de oito anos que anota todas suas aventuras enquanto prostituta em um diário. Encantada pelo dinheiro, a protagonista — cuja profissão é apoiada pelos pais — relata os detalhes mais sórdidos. Nem mesmo sua relação sexual com um cavalo fica de fora.
Paulista de Jaú, Hilda Hilst nasceu em 1930 e se formou em Direito pela USP. Aos 35 anos, mudou-se para uma chácara e se dedicou integralmente à literatura. A Companhia das Letras reuniu todo seu trabalho em Da poesia (2017) e Da prosa (2018).