No distópico iô, editado pela Penalux e disponível em e-book na Amazon, a paulista Camila Lourenço imagina uma inquieta personagem que cresce distante dos escombros de uma sociedade devastada pelas ações do homem.
Em oposição aos efeitos da quarta revolução industrial, iô é criada em uma ecovila, cercada pela natureza. As coisas mudam com a chegada de um homem da cidade, Dante, de quem a protagonista se aproxima e com o qual espalha sua visão de mundo única.
“iô era seu nome/ manchada era sua tez/ grosso era seu cabelo/ a voz firme, os olhos/ os olhos/ carregavam as rochas que jaziam/ no fundo do lago/ era assim// riso fluido e a língua/ afiada”, diz trecho da novela em versos.
Emancipação feminina, colonialismo do homem branco, patriarcado e sexualidade são alguns temas abordados. De acordo com a jornalista e editora Dani Costa Russo, trata-se de “um alerta íntimo, individual, da nossa relação habitualmente conflituosa com o meio, com o próximo, com o nosso sexo, com o quanto deixamos o masculino nos levar para longe”.