No romance de estreia Mundo real, lançado pela Fósforo, o norte-americano Brandon Taylor narra a trajetória de um jovem negro e queer que, em meio ao ambiente acadêmico, precisa se reconectar com os próprios sentimentos.
Se o caminho óbvio para Wallace seria a pobreza e a violência, tudo muda quando ele recebe uma prestigiosa bolsa de pós-graduação. O homem, porém, avesso à ideia de socializar com seus colegas, sente-se deslocado e parece se esforçar para cultivar uma espessa barreira emocional.
O pai do personagem morreu há semanas, mas ninguém da universidade ainda sabe. Quando descobrem e são empáticos com sua situação, Wallace começa ele próprio a ter de lidar com o luto — sentimento estranho a alguém que sempre batalhou para se desconectar das próprias emoções.
A obra, finalista do Booker Prize de 2020, recebeu elogios dos maiores veículos dos Estados Unidos e marca um sólido pontapé inicial do escritor nascido no Alabama, em 1989. Para a The New Yoker, trata-se de “um estudo de personagem sofisticado, de alguém que se entrega à autopreservação com o dever de tolerar as pessoas que a ameaçam”.