Uma das maiores escritoras brasileiras de todos os tempos, a paulista Lygia Fagundes da Silva Telles morreu neste domingo (3), aos 98 anos. A informação foi divulgada pelo colunista Ancelmo Góis, do jornal O Globo, e confirmada por Lucia Riff, agente da autora. Ela estava em casa quando faleceu.
Integrante da Academia Brasileira de Letras (ABL), Lygia publicou seu primeiro livro de contos, Porões e sobrados, em 1938, quando tinha apenas 15 anos. Lygia era a quarta ocupante da Cadeira nº 16 da ABL, tendo sido eleita em outubro de 1985, na sucessão de Pedro Calmon. A escritora também era formada em Direito, tendo cursado a Faculdade de Direito do Largo do São Francisco.
Com uma carreira repleta de honrarias, recebeu o prêmio Camões, o mais importante da língua portuguesa, em 2001 pelo reconhecimento de sua obra. Também venceu por três vezes Jabuti: 1966, 1974, 1996. A edição de abril do Rascunho traz ensaio assinado por Nilton Resende sobre a obra contística da autora.
Prosadora, Lygia se destacou entre os contistas brasileiros surgidos na segunda metade do século 20, ao lado de nomes como Rubem Fonseca e Dalton Trevisan. Seminário dos ratos e Antes do baile verde são dois de seus principais livros de narrativas curtas. Em 2018 a Companhia das Letras reuniu todos os contos da autora na antologia Os contos. Ela também escreveu romances de sucesso, como Ciranda de pedras e As meninas, ambos adaptados para o audiovisual.