Está em prĂ©-venda pela Carambaia o livro Diário — MemĂłrias da vida literária, assinado pelos irmĂŁos Edmond e Jules de Goncourt. A edição em portuguĂŞs, traduzida por Jorge Bastos, reĂşne os melhores trechos das 4,5 mil páginas deixadas pelos autores.Â
Os homens que dĂŁo nome ao prĂŞmio literário de maior prestĂgio da França ajudaram a fundar um dos perĂodos mais fĂ©rteis da histĂłria da literatura, tendo convivido com nomes como Flaubert, Émile Zola, Victor Hugo, Charles Baudelaire e os Dumas, pai e filho.
As memĂłrias, que vĂŁo de 1860 a 1896, trazem discussões estĂ©ticas e evidenciam o tom implacável dos irmĂŁos. Para o autor de Madame Bovary, por exemplo, deixam a seguinte definição: “tem um espĂrito grosseirĂŁo e empastado, como o corpo”.
Aliados aos comentários espinhosos a respeito de seus pares, os irmĂŁos — autores de romances, peças de teatro e estudos pouco conhecidos — tinham a si mesmos em alta conta. “Os crĂticos podem falar Ă vontade de Zola, mas nĂŁo podem negar que meu irmĂŁo e eu tenhamos sido os sĂŁo JoĂŁo Batista da sensibilidade moderna”, anota Edmond.