Nesta quinta-feira (27), dia em que o Holocausto completou 77 anos, a história em quadrinhos Maus, de Art Spiegelman, foi proibida pelo conselho escolar no Tennessee, nos Estados Unidos. A ironia é que o livro denuncia justamente os horrores cometidos pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial contra os judeus — seis milhões de pessoas foram mortas .
O livro ganhou em 1992 o prêmio Pulitzer, o mais importante dos EUA, a única HQ até hoje a conseguir o feito. A obra também venceu o Eisner, a principal premiação dos quadrinhos. No Brasil, o livro ganhou edição pela Companhia das Letras.
Na obra, Spiegelman entrevista seus pais, judeus poloneses sobreviventes do Holocausto, para retratar o tempo deles como prisioneiros do campo de concentração de Auschwitz. Em Maus, judeus são representados como ratos, e nazistas, como gatos.
O conselho das escolas da região justificou a decisão dizendo que o livro tinha “palavrões e uma ilustração de nudez”. No encontro dos membros do conselho escolar do condado de McMinn foi decidido que o livro era inapropriado para os alunos do oitavo ano, que estão na faixa de 13 e 14 anos.
A proibição de Maus é mais um capítulo da onda revisionista de currículos escolares em estados conservadores. Livros sobre o racismo ou a identidade de gênero têm sido os mais questionados.