O escritor curitibano Mário Araújo reúne pela primeira vez algumas de suas crônicas em Anônimo nômade, editado pela 7Letras. A coletânea traz textos inéditos e outros publicados, entre 2014 e 2017 no site Vida Breve.
Diplomata, Mário rodou o mundo e viveu em cidades como Roma, Xangai, Brasília e Havana, onde atualmente reside e trabalha. E seu olhar de cronista passa por sua visão a respeito de lugares e pessoas tão diferentes. Sem esquecer das origens: “Há muito abri a porta de Curitiba”, escreve, “mas ainda estou parado na soleira”.
No texto de orelha, o também cronista Luís Henrique Pellanda destaca no livro o “vasto elenco de tipos carismáticos ou comoventes: o mendigo finlandês, a senhora calva, a criança de pijama, o músico cubano e, entre tantos outros, Wallace, o jogador que lê”.
“Mas seu maior personagem, sem dúvida, é ele próprio, reconstruído a partir de uma infância simples, quando seu maior desejo era trabalhar entregando cartas ou cortando grama. Menino sempre atento à sucessão das copas de futebol, dividido entre o pai italiano, o avô alemão e o carrossel holandês, hoje sente de tudo uma espécie de saudade relutante”, escreve Pellanda.