A Zahar acaba de publicar o mais recente livro do primatólogo holandês, radicado nos Estados Unidos, Frans de Waal. Originalmente publicado em 2019, O último abraço da matriarca faz uma jornada pelo lado emocional dos animais, mostrando que os humanos estão muito mais conectados aos seus companheiros planetários do que jamais ousaram imaginar.
Às vésperas de Mama completar 59 anos, e meses antes do octagésimo aniversário de Jan van Hooff, esses dois primatas tiveram um reencontro comovente. Mama, a matriarca de uma colônia de chimpanzés, estava deitada em seu ninho no zoológico de Arnhem, moribunda, quando o velho professor de biologia tomou a decisão incomum de visitá-la para uma despedida.
Embora se conhecessem de longa data, nenhum ser humano em sã consciência entraria na jaula de um chimpanzé adulto. Mas ao ver o amigo, Mama despertou da letargia, reagiu com um grande sorriso e tranquilizou-o com tapinhas no pescoço. Ela parecia perceber a apreensão de Jan e dizer a ele que estava feliz com a sua presença.
A vida de Mama e a cena desse último abraço são o ponto de partida para uma exploração a respeito das notáveis aptidões emocionais dos animais e do que elas podem revelar sobre nós.
No livro, Frans de Waal apresenta essa e outras histórias — do cão enlutado pela perda do amigo a elefantes que revisitam ossos de seus entes queridos — para ilustrar que não somos a única espécie com a capacidade de amar, odiar, sentir medo e até mesmo culpa. Símios expressam-se de modo mais parecido conosco, porém as emoções estão em toda a parte — de peixes e aves a moluscos como o polvo.
Frans de Waal nasceu na Holanda, em 1948. É professor no Departamento de Psicologia da Universidade Emory e diretor do Centro Living Links no Centro Nacional Yerkes de Pesquisa sobre Primatas, em Atlanta, nos Estados Unidos. É autor de diversos livros, entre os quais Eu, primata e A era da empatia. O último abraço da matriarca lhe rendeu o PEN/E.O. Wilson Literary Science Award.