No ano do centenário de José Saramago, a crítica paulista Leyla Perrone-Moisés reúne ensaios para homenagear a obra e o legado do escritor português. As artemagens de Saramago compila textos inéditos e materiais já publicados em revistas e jornais para construir um guia para a obra de Saramago.
São ensaios que abordam clássicos como Ensaio sobre a cegueira, O evangelho segundo Jesus Cristo, Memorial do convento, Todos os nomes, A caverna, entre outros, e evidenciam a magia incontestável do autor.
“Artemages”, segundo José Saramago em Manual de pintura e caligrafia, era como as pessoas do Alentejo chamavam as artes mágicas. Único escritor de língua portuguesa a receber o Nobel de literatura, ele usava de elementos fantásticos em obras realistas para retratar a sociedade contemporânea e suas nuances e contradições.
“Ao me lançar nessa dispensável aventura de comentar seus romances, devo declarar que o faço para prolongar o prazer de sua leitura, mais do que para pretender elucidá-los”, escreve a autora na introdução da obra.
Doutora em Língua e Literatura Francesa e professora emérita da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, Leyla Perrone-Moisés coordenou o Núcleo de Pesquisa Brasil-França, do Instituto de Estudos Avançados da USP, de 1988 a 2010.
Em 2013, ganhou o prêmio da Fundação Bunge por vida e obra. É autora de As flores da escrivaninha, Mutações da literatura no século XXI, Vivos na memória, entre outros.