(12/11/20)
O novo lockdown decretado pelo governo francês no último dia 30 de outubro, por conta da segunda onda de Covid-19 que o país enfrenta, fez a lendária livraria parisiense Shakespeare and Company pedir ajuda aos leitores.
A livraria especializada em obras de língua inglesa enviou e-mail a seus clientes na semana passada informando que estava enfrentando “tempos difíceis” e pedindo que eles comprassem livros. O apelo parece ter dado resultado: a livraria recebeu mais de cinco mil pedidos de livros, doações e mensagens de apoio.
Dias atrás a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, lançou uma campanha de boicote à Amazon, que nos últimos anos tem tomado mercado de pequenas e médias livrarias. “Digo claramente aos parisienses, não comprem na Amazon. É a morte das nossas livrarias e do nosso comércio local”, disse Hidalgo à imprensa francesa.
A Shakespeare and Company existe desde 1951 e está localizada no número 37 da rua da Bûcherie. Foi inaugurada por George Whitman e se chamava Le Mistral. Mas mudou o nome em homenagem à Shakespeare and Company parisiense original, fundada por Sylvia Beach em 1919.
O local se tornou ponto de encontro da chamada “Geração Perdida”, grupo de escritores de língua inglesa que se exilou na França durante os anos 1920. Ezra Pound, Ernest Hemingway, James Joyce e Ford Madox Ford estavam entre os frequentadores da livraria. O local foi tão importante, que teve papel determinante na primeira edição do romance Ulysses, de Joyce, graças aos esforços editoriais de Sylvia Beach. A livraria fechou nos anos 1940, após a ocupação nazista, e nunca mais reabriu.