Keka Reis escreveu e dirigiu roteiros nos anos 1990 para programas da MTV brasileira. Há alguns anos vem publicando obras para o público adolescente. Em Sozinha, seu quarto e mais recente romance, ela traz uma reflexão sobre adolescentes e a figura materna.
O livro conta a história da personagem Rosa, que se sente sozinha após a partida repentina da mãe. Entretida com a vida escolar, amigas e namorado, a protagonista está na fase intensa da adolescência, cheia de impulsos rebeldes e certezas absolutas.
Em uma das brigas frequentes com a mãe, Julieta, a jovem personagem deixa escapar um pensamento reprimido: “Acho que a minha vida seria muito mais fácil se você morresse de uma vez.” O que Rosa não esperava era que o impensável estava prestes a acontecer. Ela se vê sozinha em uma das fases mais complexas da vida após a mãe sofrer um aneurisma fatal logo depois de uma briga.
Sem abrir espaço para o choro e falar sobre a dor do luto com outras pessoas, Rosa se transforma rapidamente em um espectro da filha, ao seu ver, idealizada por Julieta: uma adolescente politizada, ácida e supostamente forte. A protagonista enfrenta o desafio de se afastar da figura materna para poder encontrar o próprio jeito de ser mulher, ao mesmo tempo que enfrenta crises de pânico e a dificuldade de se relacionar com a avó materna.
Keka reis estreou na literatura com O dia em que a minha vida mudou por causa de um chocolate comprado nas Ilhas Maldivas, seguido por O dia em que a minha vida mudou por causa de um pneu furado em Santa Rita do Passa Quatro, finalistas do Prêmio Jabuti em 2018 e 2019, respectivamente, além de Medley ou os dias em que aprendi a voar, romance adolescente lançado pela autora em 2021.