Em julho a Companhia das Letras publica o novo livro de Juliana Leite, vencedora dos prêmios Sesc e APCA com seu romance de estreia, Entre as mãos, de 2018. Humanos exemplares narra a trajetória de Natalia, uma mulher velha, que passa os dias reclusa em seu apartamento à espera de telefonemas da filha que mora em outro país.
Viúva e última sobrevivente de um grande grupo de amigos, ela carrega os seus queridos humanos como um buquê íntimo de desaparecidos, companhias invisíveis que povoam a casa a partir de suas memórias.
Natalia vive a solidão passeando entre a janela da sala e a mesa da cozinha, às vezes preparando torradas com geleia que a transportam para cenários vívidos em torno dos quais a vida acontecia. Ela sabe que existe mais novidade no que passou do que no presente — e que, portanto, cultivar aquilo que ficou para trás é uma forma de se mover, ainda que parada.
“Humanos exemplares é uma narrativa hipnótica”, diz Heloísa Buarque de Hollanda no texto de divulgação da obra. Para José Eduardo Agualusa, “Juliana Leite escreve sobre a velhice e a morte, com a alegria de uma menina descobrindo a vida”.