A jornalista norte-americana Janet Malcolm morreu na última quarta-feira (16), aos 86 anos, vítima de um câncer no pulmão. A informação foi confirmada hoje por sua filha, Anne, em depoimento ao New York Times.
Um dos grandes nomes do jornalismo cultural, Janet escreveu para a The New Yorker desde 1963, quando a revista publicou um de seus poemas. Ao longo dos anos, em uma relação profissional que durou mais de meio século, ela transitou por diversas editorias e se aventurou por vários tipos de texto — perfis, reportagens, artigos e resenhas de livros.
Além de seu trabalho nas páginas dos jornais, publicou livros importantes. O jornalista e o assassino, que trata de temas como a ética na profissão, o poder do comunicador e a liberdade de imprensa, é leitura recorrente para estudantes da área. A obra, de tom incisivo, rendeu-lhe ódio e admiração de seus pares.
Já na área cultural, Janet foi entusiasta ferrenha da obra da poeta Sylvia Plath (1932-1963) e reuniu seu vasto repertório intelectual na coletânea 41 inícios falsos, na qual juntou um apanhado de seus ensaios sobre pintores, fotógrafos e profissionais das letras, com destaque para uma análise do pessoal que fez parte do grupo Bloomsbury.
Nascida em Praga, em 1934, a jornalista se mudou com a família para os Estados Unidos em 1939. Quando nova, já instalada em Manhattan, tinha uma ideia bem fixa em mente. “Eu queria ser americana, e não uma estrangeira. Esse era meu desejo”, contou em entrevista de 2011 ao The Guardian. A Grande Maçã foi sua casa por oito décadas.