O húngaro László Krasznahorkai foi anunciado nesta quinta-feira (9) como o vencedor do Prêmio Nobel de Literatura 2025. A Academia Sueca destacou o autor por seu “corpus convincente e visionário, que, em meio ao terror apocalíptico, reafirma o poder da arte”.

Aos 71 anos, Krasznahorkai é o segundo húngaro a receber o Nobel de Literatura, após Imre Kertész, laureado em 2002. Sua obra é marcada por uma escrita densa e desafiadora, composta por longos períodos e um olhar existencial sobre a experiência humana.

O romance Sátántangó (1985) é considerado o ápice de sua carreira e foi adaptado para o cinema pelo diretor Béla Tarr, em uma versão de mais de sete horas. O filme, lançado em 1994 e hoje considerado um clássico do cinema europeu, traduz para a tela o mesmo ritmo hipnótico e a atmosfera desolada do livro. Outros títulos de destaque do autor incluem A melancolia da resistência e Baron Wenckheim’s homecoming.

No Brasil, a Companhia das Letras publicou Sátántangó em 2022, com tradução de Paulo Schiller. O livro reafirma o estilo de Krasznahorkai — uma prosa labiríntica, marcada pelo caos, pela busca de sentido e por um olhar trágico sobre a civilização moderna.

A Academia Sueca também destacou a influência das viagens do autor à China e ao Japão, que moldaram um estilo cada vez mais contemplativo, combinando o apocalíptico e o espiritual.

Em entrevista após o anúncio, Krasznahorkai afirmou estar “calmo e muito nervoso”, e disse que o prêmio representa “um reconhecimento à persistência da arte diante da destruição”.

O Nobel de Literatura inclui uma medalha, um diploma e uma quantia de 11 milhões de coroas suecas — cerca de US$ 1,2 milhão. A cerimônia de entrega está marcada para 10 de dezembro, em Estocolmo.

Leia resenha de Sátántangó.