Quinto livro do poeta Manoel de Barros, publicado pela primeira vez em 1969, Gramática expositiva do chão ganha uma nova edição, acrescida de prefácio da escritora Clarice Freire, além de fotografias e documentos do acervo pessoal do autor.
Escrito ora em verso, ora em prosa poética, o livro evoca imagens que desafiam o pensamento utilitário e a racionalidade do mundo moderno. A obra instaurou o estilo narrativo com o qual ainda hoje Manoel de Barros é identificado. Aqui, a natureza e as coisas ínfimas que compõem sua poesia se mesclam à crítica social. Como se não encontrasse um lugar no mundo, o poeta busca se reintegrar a tudo o que não está impregnado de civilização.
Logo no título do livro, Manoel une dois elementos aparentemente díspares — a gramática e o chão —, em uma pista de como subverte a formalidade da língua, alterando seu significado e uso. De suas singulares combinações estilísticas, surgem os versos que falam mais com o sentimento do que com a razão.
O livro recebeu importantes premiações, como o Prêmio Nacional de Poesia e o Prêmio da Fundação Cultural do Distrito Federal, chamando a atenção de intelectuais e críticos para a obra do poeta.
Manoel de Barros nasceu em Cuiabá, mas foi criado numa fazenda próxima a Corumbá. Em 1937, publicou seu primeiro livro de poesia, Poemas concebidos sem pecado. A partir de então, conquistou vários prêmios importantes, nacionais e internacionais, e sua obra foi traduzida para diversos idiomas.