Giovanna Ramundo foi a vencedora da categoria Melhor Romance do Prêmio Candango de Literatura 2025 com Sorriso sorvete de cereja (Cambucá). “Entrar para a história do Prêmio Candango, mais que uma alegria, é uma grande honra”, afirmou a autora carioca durante a cerimônia realizada em 31 de outubro, na Sala Martins Pena, do Teatro Nacional Cláudio Santoro, em Brasília — data que também marca o aniversário de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987).
Em Sorriso sorvete de cereja, Ramundo constrói uma narrativa fragmentada e sensorial sobre memória, trauma e identidade. A protagonista, Rio, percorre lembranças desconexas da infância e da adolescência em busca de sentido para as marcas — visíveis e invisíveis — deixadas por experiências de violência e desamparo. A linguagem poética e incisiva de Ramundo dá forma a uma voz feminina que oscila entre o silêncio e a explosão, entre o corpo ferido e o desejo de existir. Através de cenas que se aproximam do sonho e do delírio, o romance explora a vulnerabilidade e a resistência diante de um mundo que insiste em normatizar o que é ser mulher, ser criança e ser diferente.
Promovida pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (Secec-DF) em parceria com o Instituto Cultural Casa de Autores (ICA), a 2ª edição do prêmio distribuiu R$ 195 mil em sete categorias, reconhecendo obras que exaltam o talento e a diversidade da língua portuguesa.
Na categoria Melhor Livro de Contos, o baiano Luís Pimentel venceu com A viagem e outros contos (Patuá). O português Ricardo Gil Soeiro foi premiado em Melhor Livro de Poesia por Lições da miragem (Assírio & Alvim). O Prêmio Brasília, voltado a autores do Distrito Federal, foi concedido à brasiliense Juliana Monteiro pelo romance Nada lá fora e aqui dentro (Patuá).
No eixo Editorial, o designer carioca Leonardo Iaccarino recebeu o prêmio de Melhor Capa pela criação para Cavalos no escuro, de Rafael Gallo (Record). O goiano Jeferson Barbosa venceu em Melhor Projeto Gráfico com Verso horizonte (Mondru).
Já na categoria Projeto de Incentivo à Leitura, o destaque foi o Sarau da Dalva e Estreloteca, idealizado por Sabrina Sanfelice, de São Paulo. “Esse prêmio não é só meu, é de toda uma gente que se junta para que a leitura esteja viva nas comunidades”, disse a premiada.