Neste ano a Festa Literária Internacional de Paraty, que acontece entre 23 e 27 de novembro, vai homenagear Maria Firmina dos Reis, considerada a primeira romancista negra do Brasil ao publicar o livro Úrsula, em 1859.
Em parceria com o Sesc SP, por meio do Centro de Pesquisa e Formação, a Flip promove uma série de debates que tem como foco a discussão da obra de Maria Firmina dos Reis. Entre os dias 19 e 22 de outubro, serão realizados quatro painéis com professores, pesquisadores e artistas, que vão discutir a importância da autora homenageada da 20ª Flip para a literatura brasileira.
O evento acontece em formato híbrido, na sede do CPF Sesc, em São Paulo, e é necessária a inscrição prévia, através do site do sesc. Nos dias 19, 20 e 21 (quarta, quinta e sexta-feira, respectivamente), os debates começam às 19h30, e no dia 22 o painel que encerra o Ciclo está marcado para às 11h.
Debates
O primeiro debate parte da premissa de que a entrada de Maria Firmina dos Reis na história da literatura brasileira ilumina as disputas e as rasuras à narrativa tradicional do cânone. No dia 19, com mediação de Fernando Bastos, Eduardo de Assis Duarte, Denise Carrascosa e Fernanda Miranda discutem em que medida a obra da escritora evidencia as falhas das tentativas de criar uma história linear e pacificadora sobre a produção literária local.
No dia seguinte (20), Milena Britto conversa com Luciana Martins Diogo, Régia Agostinho da Silva e Luiz Mauricio Azevedo. A discussão parte do romance de estreia da autora, Úrsula, para uma reflexão sobre abolição, tema caro para a obra de Maria Firmina dos Reis.
No terceiro encontro, na sexta-feira (21), Matheus Gato, Mirian Cristina dos Santos e Juliano Carrupt do Nascimento, mediados por Dulci Lima, refletem em que medida a biografia da escritora é ponto fora da curva em nossa tradição literária, de modo a aprofundar o debate sobre o papel de Maria Firmina na longa linhagem de artistas, profissionais das letras e educadoras que formam a intelectualidade negra brasileira.
No último encontro, sábado (22), pretende-se reconhecer, em dois momentos, de que forma o público tem incorporado a produção de Maria Firmina dos Reis. Primeiro é a vez de Pedro Meira Monteiro reunir Lívia Natália e Regina Azevedo, três poetas que representam esse legado de coragem e amor pela poesia, e que, tal como Maria Firmina, batalham para que a literatura seja democratizada.
Logo em seguida, para celebrar a força da oralidade, acontece uma apresentação artística do Slam das Minas, batalha poética que nasceu em São Paulo, e que atua com literatura em diversas linguagens, explorando as construções possíveis através das palavras.