A islandesa FrĂða ĂŤsberg vive em Reykjavik, onde participa do coletivo de escritores Svikaskáld e produz resenhas para o suplemento literário The Times. Ela publicou um volume de contos e dois tĂtulos de poesia. A marcação, seu primeiro romance, chega agora ao Brasil depois de receber vários prĂŞmios em seu paĂs. Sua obra já foi traduzida para dezessete idiomas.
Nesta ficção especulativa, ĂŤsberg imagina a cidade de Reykjavik, capital da Islândia, dividida por um muro de acrĂlico. De um lado, aqueles que se submeteram ao teste de marcação; de outro, os que ainda lutam contra o que consideram um mecanismo de polarização e preconceito.
Trata-se de uma avaliação de empatia criada para prever comportamentos antissociais que define quanto cada pessoa Ă© suscetĂvel a se engajar nas emoções alheias. Ă€s vĂ©speras de um plebiscito que decidirá se esse teste de marcação deve se tornar compulsĂłrio, a tensĂŁo Ă© crescente e os impactos, imprevisĂveis.
PolĂticos, professores e cidadĂŁos de todas as idades apresentam motivos, cálculos e consequĂŞncias da implementação do projeto em suas vidas e relações. Amigas de longa data, Tea e LaĂla trocam cartas se alfinetando a esse respeito.
Ă“lafur Tandri Ă© um psicĂłlogo influente que sempre desejou fazer do mundo um lugar mais justo. Na escola de um bairro marcado, a professora Vetur enfrenta frequentes crises de ansiedade, mesmo tendo a seu favor uma medida protetiva determinada pela polĂcia. Tristan, um rapaz na casa dos 20 anos que faz uso abusivo de substâncias entorpecentes, corre contra o tempo para se livrar do teste e acaba envolvido com o movimento LUTA, liderado por MagnĂşs Geirsson, ativista anti-marcação.
Nome de destaque da nova geração de escritores islandeses, FrĂða ĂŤsberg constrĂłi uma prosa espirituosa, na qual se enxergam problemas contemporâneos como a soberania do politicamente correto, a especulação imobiliária desenfreada, as taxas crescentes de evasĂŁo escolar, o uso excessivo de medicamentos e a falta de vĂnculos afetivos.