🔓 Eugênia Ribas-Vieira estreia com romance intimista

“Onde choram as crianças” conta como uma doença enigmática deixa um rastro de sangue e silêncio na pequena Nossa Senhora das Dores
Eugênia Ribas-Vieira, que faz sua estreia com “Onde choram as crianças”
02/06/2022

A editora e agente literária Eugênia Ribas-Vieira estreia na literatura com o romance Onde choram as crianças, que discute assuntos como a relação entre mães e filhos, amor e desejo, paixão e vingança, desamparo e perdão. O lançamento acontece em 14 de junho, na Livraria Janela (R. Maria Angélica, 171 – loja B – Jardim Botânico, Rio de Janeiro).

Atuando desde os 16 anos no mercado editorial, Eugênia iniciou sua carreira profissional como freelancer na Rocco, onde trabalhou por seis anos como assistente editorial.

Na Editora Globo, exerceu a função de editora de ficção durante quatro anos. Atualmente, é agente literária na Agência Riff e atua com foco em literatura brasileira contemporânea.

Em sua narrativa de estreia, Eugênia conta como uma doença enigmática deixa um rastro de sangue e silêncio na pequena Nossa Senhora das Dores, borrando de vermelho a existência e os sonhos dos moradores do lugarejo.

Em uma tarde de disputas infantis e brincadeiras, é a vez do pequeno Luís receber sua sentença de morte: seus lábios ficam roxos depois de provar a rapadura que ganhara como prêmio na caça ao tesouro com os amigos.

Ele é condenado a sangrar sozinho, como um bezerro morto, turvando de medo a infância das crianças. “Onde podem chorar as crianças, sozinhas em sua dor?”, pergunta-se a autora.

Em Onde choram as crianças o silêncio e a solidão tomam conta das casas modestas e dos corpos raquíticos, ditando o tom e o ritmo da trama. Personagens sufocados por existências miúdas e marcados por abandonos em série: da casa de Deus a das beatas, o medo e as meias-palavras mantêm vidas e desejos na penumbra.

Sinhá Dora não consegue cuidar do pequeno Luís depois que o garoto adoece. Solitária e envelhecida, ela prefere manter o filho a salvo dos boatos, deixando-o à míngua no quarto de entulhos. “Em Nossa Senhora das Dores, não era curiosidade nenhuma saber da dor do outro”, conta a autora. O sofrimento era narrado em confissão, apenas, e valia o preço do expurgo e da salvação.

Onde choram as crianças
Eugênia Ribas-Vieira
Faria e Silva
172 págs.
Rascunho

Rascunho foi fundado em 8 de abril de 2000. Nacionalmente reconhecido pela qualidade de seu conteúdo, é distribuído em edições mensais para todo o Brasil e exterior. Publica ensaios, resenhas, entrevistas, textos de ficção (contos, poemas, crônicas e trechos de romances), ilustrações e HQs.

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