Livro finalista do International Booker Prize, o romance Kentukis, da argentina radicada em BerlimĀ Samanta Schweblin chega agora ao Brasil em ediĆ§Ć£o da FĆ³sforo, com traduĆ§Ć£o de LĆvia Deorsola.
A histĆ³ria se atĆ©m ao lado mais complexo e imprevisĆvel de nossa relaĆ§Ć£o com a tecnologia, discutindo temas como voyeurismo, desejo e solidĆ£o.
Os Kentukis do tĆtulo estĆ£o nas vitrines de Vancouver, Hong Kong, Tel Aviv. Nas lojas mais improvĆ”veis de Bangkok, Nova York, Oaxaca. Os kentukis sĆ£o a nova febre mundial.
O consumidor escolhe a forma. Um dragĆ£o, um coelho, um corvo, de cores e caracterĆsticas diversas. Em comum, apenas a cĆ¢mera acoplada atrĆ”s dos olhos e uma condiĆ§Ć£o sedutora, porĆ©m temerĆ”ria: aquele que compra um kentuki aceita ser observado e cria, inevitavelmente, um laƧo com outra pessoa que, sob anonimato e munida de um tablet, controla o kentuki. A conexĆ£o Ć© Ćŗnica, criada ao acaso e, se desfeita, perde-se para sempre.
Ter um kentuki ā e se transformar em seu āamoā ā ou ser um kentuki, em posse de um cartĆ£o de conexĆ£o que permita seu controle Ć distĆ¢ncia; Ć© assim, com regras simples e de implicaƧƵes sem precedentes, que o produto se espalha pelo globo.
Vencedora de prĆŖmios importantes como Juan Rulfo e Casa de las AmĆ©ricas, Samanta Schweblin Ć© autora dos volumes de contos PĆ”ssaros na boca e Sete casas vazias e do romance DistĆ¢ncia de resgate, que, assim como Kentukis, foi finalista do International Man Booker Prize. Sua obra foi traduzida para mais de 20 idiomas e seu primeiro romance foi adaptado para o cinema. Em 2017, a escritora falou ao Rascunho.