No novo livro de Edimilson de Almeida Pereira, as formas do jazz e de outros ritmos da afro-diáspora levam o poeta a reunir linguagens e artistas dos mais variados tempos.
A morte também aprecia o jazz, publicado pela editora Círculo de Poemas, evoca em seus versos não só os scats de Dizzy Gillespie e a voz de Elizeth Cardoso, mas também o afrobeat do Cobiana Djazz, grupo de Guiné-Bissau cujos membros lutaram na independência do país.
A música também convida para a dança outras linguagens, entre elas a das pinturas do cubano Wifredo Lam ou a dos versos de León Damas, poeta da Guiana-Francesa. Tais deslocamentos e travessias também mobilizam os poemas de forma trágica e contundente, como no caso dos versos protagonizados por Agitu Gudeta, ativista etíope que se voltou para a causa dos refugiados e foi assassinada na Itália; ou, ainda, no caso dos versos dedicados a Paul Celan, poeta romeno de língua alemã morto no rio Sena.
Porém, como escreve Claudete Daflon no texto de orelha, “Evocando a morte, Edimilson de Almeida Pereira nos joga em cheio no centro da vida”. O livro conta com posfácio de Michel Mingote Ferreira de Ázara e edição de Bruna Beber.
Edimilson de Almeida Pereira nasceu em Juiz de Fora (MG), em 1963. Poeta, ensaísta, ficcionista, leciona na faculdade de letras da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Destacam-se, entre suas obras mais recentes, o ensaio Entre Orfe(x)u e Exunouveau (Fósforo, 2022), o romance Front (Nós, 2020), vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura, e Poesia + (antologia 1985-2019) (Editora 34, 2019).