O amor sempre foi tema central da literatura — de OvĂdio a Barthes, quase sempre descrito sob o olhar masculino. Em E por falar em amor, agora relançado pela Tusquets, Marina Colasanti reivindica outro ponto de vista: o da mulher como sujeito de escolha, respeito e liberdade.
Publicado originalmente nos anos 2000, o livro retorna às prateleiras em edição revista e com nova roupagem gráfica. Ao longo de suas páginas, Marina percorre as etapas do encontro amoroso — o desejo, o encantamento, o conflito — refletindo sobre o que há de estrutural na forma como aprendemos a amar, ceder e esperar.
Com estilo elegante e pessoal, a autora propõe uma ruptura com preconceitos arraigados e um reposicionamento da mulher diante das relações afetivas. “E por falar em amor mostra por que isso tem que mudar, e propõe a reorganização dessas ideias”, aponta a editora.
Uma voz de coragem e liberdade
A obra reúne também depoimentos de escritores que ressaltam a importância de Marina para a literatura brasileira. Para Ana Maria Machado, “todas as mulheres brasileiras devemos muito a ela”. Já o escritor português Valter Hugo Mãe afirmou que Marina “ensinou a beleza mais sincera”. O poeta Affonso Romano de Sant’Anna, companheiro de vida da autora, a definiu como “a escritora mais completa da literatura brasileira”.
Sobre a autora
Nascida em 1937, na Eritreia, Marina Colasanti viveu na LĂbia e na Itália antes de se mudar para o Brasil, em 1948. Formada em artes plásticas, atuou como jornalista, apresentadora de TV, publicitária e tradutora, alĂ©m de uma das mais premiadas escritoras brasileiras. Recebeu prĂŞmios como o Jabuti, o Grande PrĂŞmio da CrĂtica da APCA, o PrĂŞmio da Biblioteca Nacional e o Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras. Finalista do Hans Christian Andersen em 2024, Marina faleceu em 2025.