No romance O arador das águas, lançado pela Tabla, a libanesa Hoda Barakat constrói uma história em que Niqula Mitri, herdeiro de uma loja de tecidos, precisa reencontrar sua própria identidade após a cidade de Beirute, onde vive, ser devastada pela guerra.
A saída encontrada pelo protagonista, após sofrer com os impactos da destruição, é se apoiar nas memórias e tentar reconstruir as sagas de sua família e da amada Chamsa, neta de uma das donzelas do rei Salomão.
“Na cidade-labirinto há que se nomear tudo novamente, com alfabeto de silêncio e grito”, anota Luci Collin no texto de orelha. “Não se separa o real da ilusão — mar é deserto, sonho é delírio, veneno é elixir.”
Hoda Barakat nasceu em Beirute, no Líbano, em 1952. Tem dez livros publicados e é considerada uma das vozes mais importantes da literatura contemporânea do Oriente Médio. Correio noturno, pelo qual ganhou o International Prize for Arabic Fiction, é seu outro livro traduzido no Brasil.