Fora de catálogo no Brasil, o autobiográfico O primeiro homem, do franco-argelino Albert Camus, está sendo relançado com nova tradução, complementando a obra do autor publicada pela Editora Record.
Romance autobiográfico e inacabado, O primeiro homem estava na mochila do Prêmio Nobel de Literatura quando ele morreu em um acidente de carro em Villeblevin, na França, em 4 de janeiro de 1960.
O manuscrito só foi publicado pela filha do escritor mais de 30 anos depois, em 1994, e foi um grande sucesso. Retrato da infância do autor e um resgate da história de sua terra natal, a Argélia, O primeiro homem era um projeto ambicioso de Albert Camus.
“Em suma, vou falar daqueles que eu amava”, escreveu em uma anotação. O livro tem um caráter autobiográfico, que certamente teria desaparecido na versão final, mas é o que o faz tão precioso. O romance nos fornece uma compreensão da vida de Camus e dos poderosos temas subjacentes à sua obra.
Em O primeiro homem, o leitor pode ver surgir as raízes do que constituiria a personalidade do autor, sua sensibilidade, a gênese do seu pensamento, os motivos do seu engajamento. Camus disse certa vez que os escritores “têm a esperança de descobrir os segredos de uma arte universal que, escorada na humildade e na perícia, afinal ressuscitaria os personagens em sua carne e em sua duração”. Um dos autores mais importantes do século 20, ele já vendeu quase 500 mil livros no Brasil.