(17/12/20)
A adaptação cinematográfica do conto Natal na barca, de Lygia Fagundes Telles, tem feito sucesso em festivais de cinema pelo mundo. Lançado em dezembro de 2019, o curta-metragem A barca, de Nilton Resende, já participou de 34 festivais de cinema brasileiros e internacionais, com exibições em eventos sediados em países como Cabo Verde, Itália, Inglaterra e Ucrânia.
A história Natal na barca, que deu origem ao filme, foi publicado pela primeira vez em Histórias do desencontro, de 1958, e posteriormente saiu na coletânea Antes do baile verde, de 1970. Um dos textos mais famosos da autora, está presente na maioria de suas antologias e virou um clássico entre histórias do período natalino.
No filme, algumas pessoas estão numa barca que navega por uma lagoa gelada e escura (no conto, é um rio). São elas: uma mulher que pela primeira vez pega aquela barca, uma outra mulher, que mora na região e leva consigo o filho doente, um bebê, para que seja examinado por um médico, um bêbado, que dorme deitado num banco, e a condutora do barco (no conto, um condutor).
Cada uma dessas personagens está carregando consigo seus próprios dramas, nessa noite escura da alma. Porém, durante o trajeto surge um inevitável diálogo entre as duas passageiras, culminando num acontecimento inesperado que deixará sua marca no término da travessia.
O filme é um projeto antigo do diretor Nilton Resende, que há décadas desenvolve uma pesquisa em torno da obra da autora. “Foi a partir da leitura do romance As meninas, aos 16 anos de idade, que comecei a amadurecer como leitor. Apaixonado por esse livro, chegaram-me às mãos alguns outros textos, dentre eles, Natal na barca, o primeiro conto que li na minha vida, e que misteriosamente deu origem a meu primeiro filme”, conta o cineasta, que é autor do livro A construção de Lygia Fagundes Telles: edição crítica de Antes do baile verde.