No livro infantil O dia em que meu prédio deu no pé, recomendado para crianças a partir de 4 anos, Estevão Azevedo mistura crítica social e humor nonsense ao contar uma história sobre a debandada dos edifícios.
Por meio de carta, um avô conta à neta o episódio fatídico: quando ele era pequeno, um prédio de cinco andares se libertou de suas vigas e saiu andando por aí. A partir desse acontecimento, o autor constrói uma história que, apesar de cômica, guarda algumas críticas sociais.
A coisa fica feia quando o Museu Nacional, a Igreja do Bonfim e o Teatro do Amazonas também decidem ir embora. E imagine só o que aconteceria se um condomínio de luxo resolvesse partir?
“Neste livro, não são as pessoas que desistem do Brasil, é a própria civilização, representada pelo prédio, um símbolo da modernidade”, reflete o autor, cuja obra é ilustrada pelo paranaense Rômolo D’Hipólito.
Mestre em Literatura pela USP e editor, Estevão Azevedo é autor de Nunca o nome do menino (2008), O corpo erótico das palavras (2019) e Tempo de espalhar pedras (2014), eleito Livro do Ano pelo Prêmio São Paulo de Literatura. Seu livro infantil, O dia em que meu prédio deu no pé, nasceu a partir de uma exclamação de sua filha: “Papai, os prédios fugiram do Brasil!”.