Aos poucos as editoras brasileiras retomam o ritmo “normal” e 2021 começa com muitos lançamentos programados. A Globo Livros tem como destaque dois livros de Samuel Beckett ainda inéditos no país: o primeiro romance do irlandês, Dream of fair to (ainda sem título em português), e o volume de ensaios Disjecta, que reúne textos de toda sua carreira sobre Mozart, Proust, Rilke e outros escritores, músicos e pintores. A editora ainda lança Serei sempre teu abrigo, conto de Valter Hugo Mãe, e o último volume das Obras completas de Adolfo Bioy Casares.
A Companhia das Letras publica agora em janeiro dois livros organizados por Heloísa Buarque de Hollanda: As 29 poetas hoje reúne escritoras contemporâneas e de certa forma “atualiza” a antologia 26 poetas hoje, lançada nos anos 1970 e que está completando 45 anos. A editora lança também Menino sem passado, relato autobiográfico de Silviano Santiago. Natércia Pontes volta ao romance com Os tais caquinhos, “sobre uma família, um apartamento caótico e as dolorosas descobertas da adolescência”.
Pela Record, sai A origem da espécie: o roubo do fogo e a noção de humanidade, ensaio sobre o mito do fogo em diferentes culturas pelo mundo, do romancista carioca Alberto Mussa. Após o elogiado Luxúria, de 2015, Fernando Bonassi lança o romance Degeneração, que “narra as dificuldades e peripécias do filho de um informante da polícia (um ‘torturador de subúrbio’, a bem dizer), para a liberação do corpo do pai para cremação — o que se passa em pouco menos de 48 horas, no fim de semana em que foi realizado o segundo turno da mais recente eleição presidencial”, conforme o próprio autor explicou a Luiz Ruffato em texto publicado no Rascunho. A Bertrand publica A menina alta, de Fabrício Carpinejar, e a Civilização Brasileira lança reedição de Ulysses, de James Joyce, na tradução de Antonio Houaiss.
Aproveitando que a obra de George Orwell entrou em domínio público, a Intrínseca lança sua edição de A revolução dos bichos. Outro destaque da editora é Leopardo negro, lobo vermelho, do vencedor do Booker Prize de 2015, Marlon James. Inspirado pelas histórias e pelos folclores da África, a narrativa “cria uma aventura que questiona os limites da verdade e do poder e o preço da ambição”.
Já a gaúcha Dublinense aposta nos portugueses Gonçalo M. Tavares e Afonso Cruz. De Tavares, publica Atlas do corpo e da imaginação, e de Cruz, A boneca de Kokoschka e Nem todas as baleias voam. E a Lote 42 vai lançar ainda no primeiro trimestre o quinto volume da Coleção gráfica particular, o livro A cidade sem nome, de Joaquín Torres-García.