A editora Bazar do Tempo coloca nas livrarias, em junho, a coletânea Pensar sem corrimão — Compreender (1953-1975), que traz alguns ensaios inéditos da pensadora Hannah Arendt.
Produzidos entre os anos 1950 e 1970, os escritos atravessam o período em que Arendt escreveu suas obras mais importantes. Dessa forma, é visível o diálogo estabelecido entre as reflexões presentes nesta edição — em ensaios, aulas, estudos e entrevistas — e trabalhos como Origens do totalitarismo, Sobre a revolução e A condição humana.
Na coletânea estão mais de quarenta textos com propósitos e estilos diferentes: projetos de pesquisa como o que a autora dedica a Marx, uma série de estudos sobre o significado das revoluções modernas, discursos como o de agradecimento pelo recebimento da Medalha Emerson-Thoreau, importante prêmio literário concedido pelo Academia Americana de Artes e Ciências, homenagens a amigos, como o filósofo Martin Heidegger e o poeta W. H. Auden, cartas e entrevistas que trazem detalhes da vida e da obra da autora.
O pensamento de Hannah Arendt, de atualidade surpreendente e sempre atento aos sentidos da vida pública e do bem comum, continua sendo chave fundamental para a leitura do mundo contemporâneo, das configurações políticas e possibilidades de futuro.
Pensadora da crise e do recomeço, Hannah Arendt produziu uma obra incomparável sobre os acontecimentos do século 20 e suas repercussões. Ela nasceu em 1906, na Alemanha. Teve como mestres os filósofos Martin Heidegger e Karl Jaspers, tendo este último orientado sua tese de doutorado sobre Santo Agostinho.
Por ter participado de atividades ligadas ao movimento sionista, foi presa em 1933 e escapou para a França, onde viveu até 1941. Nesse período, casou-se com Heinrich Blücher e fez amizade com Walter Benjamin. Em 1941, depois de uma permanência em um campo de refugiados no sul da França, foi para Nova York, onde se instalou definitivamente, tendo adotado a cidadania americana.
Nos anos seguintes, acompanhou os acontecimentos na Europa e publicou As origens do totalitarismo, de 1951. A parte mais importante de sua obra data dos anos 1950 e 1970, com A condição humana (1958), Entre o passado e o futuro (1961), Sobre a revolução (1963). Hannah Arendt morreu em 1975, nos Estados Unidos.