O poeta paranaense Maurício Arruda Mendonça tem toda sua produção poética reunida em Luzes de outono, que acaba de sair pela editora curitibana Kotter. O livro compila trabalhos escritos entre 1983 e 2020.
O volume reúne os livros Eu caminhava assim tão distraído (1997), Epigrafias (2002) e A sombra de um sorriso (2002), todos há muito tempo esgotados. Também traz os poemas inéditosda seção Juvenília (que recupera poemas de juventude). Já Lua em libra e Elegia do éter reúnem inéditos escritos de 2006 a 2020.
Com Luzes de outono, Mendonça rompe um hiato de 18 anos sem publicar poesia. Contudo, nesse tempo ele não deixou de se dedicar à escrita. Ele foi o responsável pela tradução da primeira antologia de um dos introdutores do haikai no Brasil, Nenpuko Sato, chamada Trilha forrada de folhas.
Também escreveu o livro de contos Londrinenses e se dedicou à sua premiada carreira teatral como dramaturgo e tradutor, tendo vertido textos de Shakespeare, Samuel Beckett, Sam Shepard e Tony Kushner. Nos anos também escreveu mais de 10 peças teatrais, a maior parte delas como colaborador da Armazém Companhia de Teatro.
“Maurício veio para ficar. […] Numa poesia como a nossa, que tem se preocupado demais com a falta de rigor e de menos com a falta de imaginação, poemas como Londrix, Bulevar jardim de delicias e tantos outros, garantem um lugar de destaque para Mauricio Arruda Mendonça: o lugar do encantatório e da precisão”, escreve o poeta Carlito Azevedo sobre o primeiro livro de Mendonça.
Nascido em Londrina, em 1964, Mendonça, além de sua produção poética já mencionada, traduziu os poetas Nenpuku Sato, Sylvia Plath e Arthur Rimbaud, além de textos dramáticos de Shakespeare (Hamlet), Beckett (Esperando Godot), Sam Shepard (A lie of the mind), Tony Kushner e Tracy Letts (Killer Joe).
Recebeu, os prêmios Shell-RJ de Melhor Autor Teatral em 2008 e 2012, pelas peças Inveja dos anjos e A marca da água. Por dois anos consecutivos, 2013 e 2014, recebeu o Fringe First Award no Festival de Teatro de Edimburgo pelas peças A marca da água e O dia em que Sam morreu. Em 2020 publicou o ensaio de literatura e filosofia Kafka e Schopenhauer: zonas de vizinhança.