Com o objetivo de estreitar os laços poéticos entre Brasil e Portugal, publicando “autores portugueses contemporâneos que arrisquem na imaginação”, a editora Gato-Bravo lança a Coleção Claro Enigma, sob a coordenação do crítico António Carlos Cortez e da editora Paula Cajaty.
O livro que abre a coleção é O sol abate-se, da poeta Elsa Ribeiro Alves, nascida na província de Trás-os-Montes. A autora, que preza pelas formas clássicas da poesia, propõe que se cante o bucolismo ainda no século 21. Seus versos vêm carregados de sensações e figuras familiares que, mesclados pela poeta, geram uma realidade inquietante e palpável.
“O nome, Claro Enigma, vem de um livro de poesia de Carlos Drummond de Andrade. Achamos por bem escolher este título à coleção, jogando com o paradoxo deste oxímoro, um discurso que só se explica por meio de contradições”, diz o curador António Carlos Cortez.
Elsa Joana de Morais Nunes Ribeiro Alves nasceu em Bragança, mas vive em Lisboa. Com uma licenciatura em Estudos Portugueses e um mestrado em Literaturas de Expressão Portuguesa, elaborou uma dissertação sobre a linguagem e o hibridismo de gênero sobre Lavoura arcaica, do paulista Raduan Nassar. Trabalhou numa editora, na redação para marketing e como professora de português para estrangeiros.
Prepara-se também para integrar o projeto “Artistas letrados — Letrados artistas. Relações entre literatura e artes plásticas na modernidade contemporânea brasileira”, coordenado por Alva Martínez Teixeiro, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. O sol abate-se é seu livro de estreia na poesia.