A rua, da norte-americana Ann Petry (1908-1997), foi o primeiro romance de uma autora negra a vender mais de 1 milhão de exemplares nos Estados Unidos. No Brasil, mais de 70 anos após a primeira versão em português, o livro ganha edição pela Carambaia.
A obra, que tem a rua 116th Street como uma de suas principais personagens, acompanha a trajetória de Lutie Jones. Mãe solteira, ela faz de tudo para conseguir criar um filho de 8 anos no perigoso bairro do Harlem, em Nova York.
De acordo com a escritora Tayari Jones, que assina o prefácio desta nova edição, a rua na qual importante parte da narrativa se desenvolve “é a resoluta antagonista e representa a intersecção entre racismo, sexismo, pobreza e fragilidade humana”.
Há várias décadas, quando já tinha se tornado febre nos EUA, o livro de Petry recebeu um elogioso comentário de Coretta Scott King. “É um trabalho de crítica social poderoso e implacável. Poucas obras de ficção iluminaram tão claramente o impacto devastador da injustiça racial”, disse a esposa de Marthin Luther King à época.
Ann Petry nasceu no estado de Connecticut, nos EUA, em 1908. Lançou A rua, em 1946, enquanto estudava escrita criativa — e logo se tornou um sucesso. A fama, no entanto, não agradou a escritora, que viveu de forma discreta até sua morte, aos 88 anos, em 1997. Country place (1947) e The narrows (1953), ambos sem tradução no Brasil, são seus outros dois romances publicados.