Publicado há 90 anos, em outubro de 1931, o romance As ondas, de Virginia Woolf, acaba de ganhar nova edição pela Autêntica. Considerada uma das mais importantes obras da escritora inglesa, o livro foi descrito por seu primeiro leitor, Leonard Woolf, como “uma obra-prima”. A tradução é assinada por Tomaz Tadeu, considerado um dos principais tradutores de Virginia Woolf no Brasil.
O romance acompanha a vida de seis personagens (Bernard, Jinny, Louis, Neville, Rhoda, Susan), da infância Ă velhice. No entanto, nĂŁo se sabe precisamente nem o tempo nem os locais em que a “ação” se passa. E, embora o livro siga uma sequĂŞncia, os eventos de cada uma de suas seções podem ser descritos mais como instantâneos do que como um contĂnuo. Experimental, o livro rompe com as chamadas estruturas convencionais da narrativa.
As ondas está dividido em nove “capĂtulos” que, por sua vez, se compõem de um texto breve, que Virginia chamava, em seu diário, de “interlĂşdio” (com o texto todo grafado em itálico), e um texto longo, por ela denominado de “solilĂłquio”.
Nos interlúdios, uma voz narrativa descreve o movimento do sol desde a madrugada até o anoitecer e uma série de eventos associados a cada um de seus estados. Nos solilóquios são “transcritos”, sempre assinalados pelo verbo “disse”, os “pensamentos” dos seis personagens centrais do livro.
Virginia Woolf começou a escrever crĂticas literárias e ensaios para jornais em 1904, a princĂpio de forma anĂ´nima. Em 1913, publicou seu primeiro romance, The voyage out. Em 1917, ela e Leonard Woolf fundaram a editora Hogarth Press, que seria responsável pela publicação de escritores modernistas como T. S. Eliot e Gertrude Stein.
Nos anos 1920, Virginia lançou pela Hogarth uma sequência de romances que consolidaram sua reputação, entre eles Mrs. Dalloway (1925), Orlando (1928) e As ondas (1931).