Nesta segunda-feira (13), das 18h às 21h15, acontece o último encontro do ciclo “1922: modernismos em debate”, organizado pelo Instituto Moreira Salles, pelo Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo e pela Pinacoteca de São Paulo.
Online e gratuito, o ciclo promove, desde março, debates mensais propondo uma revisão crítica sobre a Semana de Arte Moderna de 1922, contextualizando-a historicamente e examinando manifestações consideradas inovadoras em outras partes do país. A atividade é transmitida ao vivo nos canais de YouTube e Facebook das três instituições. Os encontros anteriores estão disponíveis nos mesmos canais.
O novo encontro aborda os legados deixados pela Semana em questões relacionadas aos patrimônios artístico e cultural. Na primeira mesa, a professora Flávia Toni, do Instituto de Estudos Brasileiros da USP, discute a importância da música nas análises de Mário de Andrade sobre patrimonialização.
Nelson Olokofá Inocêncio, professor do Instituto de Artes da Universidade de Brasília, aborda a formação das coleções de arte e artefatos afro-brasileiros, a partir de exemplos polêmicos como a Coleção Museu da Magia Negra, no Rio de Janeiro, e também coleções que representem a diáspora africana. Após as apresentações, das 19h às 19h30, haverá um debate com mediação de Beatriz Paes Leme (Instituto Moreira Salles).
Na segunda mesa, Carlos Augusto Calil, professor do Departamento de Cinema, Televisão e Rádio da ECA/USP, narra a experiência do primeiro contato dos modernistas com a obra de Aleijadinho, em 1924, e o impacto fundamental que o encontro representou para a criação do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Já Carla Dias, docente do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Universidade Federal do Rio de Janeiro, apresenta o conceito de nação e de povo a partir da Coleção Sertaneja do Museu Nacional, iniciada em 1918, a partir da ideia da representação dos tipos humanos que comporiam uma imagem do Brasil. O debate será mediado por Valéria Piccoli (Pinacoteca).
O ciclo “1922: modernismos em debate”
Realizado entre março e dezembro de 2021, de modo online, o ciclo de encontros tem o objetivo de promover uma revisão crítica da Semana de Arte Moderna de 1922. Os debates são realizados uma vez ao mês e contam, ao todo, com a presença de 41 convidados.
Participam pesquisadores de diferentes estados, com o objetivo de comparar pontos de vistas, ampliar o conceito de modernismo e discutir as especificidades dos diversos movimentos que despontaram no Brasil entre os anos 1920 e 1940. Além de reunir especialistas em arte moderna, participam artistas contemporâneos, que discutirão o teor ideológico presente na representação de corpos negros e indígenas nas obras do período.
O seminário acontece no ano anterior ao do centenário da Semana de Arte Moderna justamente para nutrir as pesquisas das três instituições para 2022, quando todas farão eventos em torno da efeméride. 1922: modernismos em debate é organizado por Ana Gonçalves Magalhães (MAC USP), Fernanda Pitta (Pinacoteca), Heloisa Espada (IMS), Horrana de Kássia Santoz (Pinacoteca), Helouise Costa (MAC USP) e Valéria Piccoli (Pinacoteca). Todos os encontros anteriores estão disponíveis nos canais do youtube das três instituições.
Programação
Encontro 10 | Futuro e passado: Legados para o patrimônio
MESA 19
18h – 18h30 | – As memórias de Verônica ou Qual música para o patrimônio do Brasil? | Flávia Toni (USP / ABM)
18h30 – 19h – Coleções de arte negra: das representações exóticas às representações afirmativas | Nelson Olokofá Inocêncio (UNB)
19h | Debate – Mediação: Beatriz Paes Leme (IMS)
MESA 20
19h45 – 20h15 | Sob o signo do Aleijadinho: política de proteção do patrimônio cultural | Carlos Augusto Calil (USP)
20h15 – 20h45 – A nação e o povo, colecionado e ilustrado no Museu Nacional | Carla Dias (UFRJ)
20h45 | Debate – Mediação: Valéria Piccoli (Pinacoteca)