No romance de estreia Há uma lápide com o seu nome, a sergipana Camilla Canuto explora os papéis ingratos que são normalmente relegados à mulher dentro da dinâmica familiar.
No livro, Adelaide é mãe de Alice e esposa de João. A filha, fruto de uma gravidez indesejada, sente os impactos negativos desse fato. O pai, distante e agressivo, só está presente no momento de fazer exigências.
Em um cotidiano desajustado, no qual a solidão e a amargura da mãe são centrais, as mulheres precisam tentar achar momentos de respiro e contornar os tristes espaços aos quais foram relegadas.
Na quarta capa do livro, o poeta e comediante Gregorio Duvivier escreve que Camilla “ressuscita, como na grande literatura, pequenas pessoas”. “E na pequeneza da personagem nos vemos, e nos redimimos”, completa.