Bob Dylan, o músico americano que ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 2016 por suas letras, completa 80 anos nesta segunda-feira (24). Com uma carreira repleta de feitos extraordinários — como ter influenciado os Beatles a investir em letras mais sérias —, o compositor continua celebrado.
Depois de ter vendido, em 2020, todo seu catálogo de composições para a Universal Music por 300 milhões de dólares, ou cerca de R$ 1,5 bilhão, agora a novidade em torno de sua obra é outra. A partir de 2022, um museu vai abrigar o acervo de Dylan na cidade de Tulsa, no estado americano de Oklahoma.
A inauguração do Bob Dylan Center, anunciada recentemente, incluirá manuscritos raros e nunca antes vistos, fotografias, músicas e filmagens, juntamente com uma nova “experiência cinematográfica envolvente” e uma “recriação de um ambiente de estúdio autêntico”, segundo noticiou o The New York Times.
O centro de três andares no distrito artístico de Tulsa — projetado pelo escritório de arquitetura Olson Kundig — foi fundado pelo American Song Archives e seu patrocinador, a George Kaiser Family Foundation, que junto com a Universidade de Tulsa adquiriu os arquivos de Dylan por cerca de US$ 20 milhões em 2016. (Originalmente avaliado em mais de US$ 60 milhões, a maior parte dos materiais foi doada.)
Ao anunciar a aquisição, o Times classificou os tesouros de “mais profundos e vastos do que a maioria dos especialistas em Dylan poderia imaginar, prometendo uma visão incalculável do trabalho do compositor”.
Dylan venceu o Nobel de Literatura tendo publicado apenas dois livros — Crônicas, narrativa de suas memórias, e Tarântula, um romance experimental de pouco sucesso. No entanto, é tido como um dos maiores poetas da história da música.
A fortuna crítica de sua obra é vasta. Há biografias, documentários, catálogos comentados sobre seus discos e narrativas de constituição histórica que envolvem sua trajetória. No entanto, um dos trabalhos mais interessantes sobre Bob Dylan foi escrito pelo crítico americano Greil Marcus.
Em 2005, ele publicou um livro inteiro dedicado apenas a uma canção de Dylan: Bob Dylan na encruzilhada faz uma biografa Like a rolling stone, a canção gravada em 15 de junho de 1965 que mudaria os rumas da música pop para sempre. Gravada no clássico Highway 61 revisited, a canção continua fascinante mais de 50 anos depois de ser composta.