O Prêmio Sesc de Literatura anunciou os vencedores da edição 2021 do concurso. O paraense Fábio Horácio-Castro venceu na categoria Romance com O réptil melancólico, e o pernambucano Diogo Monteiro, ganhou entre os Contos, com O que a casa criou. Os livros vencedores serão publicados em outubro pela editora Record, parceira do Prêmio Sesc desde a sua criação.
O réptil melancólico trata de colonialidade, colonialismo e colonização, das alegorias sobre a Amazônia e da Amazônia como alegoria. A narrativa parte do retorno de Felipe para sua cidade, após longa estadia fora do país. Ele seguira para o exílio na primeira infância, levado por sua mãe, militante política perseguida e torturada pelo regime militar brasileiro. Nesse processo de retorno, restabelece contato com a família paterna, particularmente com seu primo Miguel, que está fazendo o caminho oposto: o de partir da cidade.
Já O que a casa criou, de Diogo Monteiro, é um livro sobre o espanto. Todos os seus 16 contos, inclusive o que dá nome ao volume, tratam de alguma forma sobre a possibilidade de encontrar o inusitado a qualquer momento, na virada de uma esquina ou no abrir de uma porta. São histórias sobre a fragilidade do real e do nosso confortável conceito de realidade, e sobre como a quebra dessa normalidade age sobre pessoas, lugares e coisas.
Neste ano, o Prêmio recebeu a inscrição de 1688 livros, sendo 850 em Romance e 838 em Conto. O cronograma não foi afetado pela pandemia, porque foi todo executado por trabalho remoto. Dessa forma, o resultado pôde ser divulgado no prazo previsto.
Autores
Fábio Horácio-Castro, paraense e jornalista de formação, tem 52 anos, é professor universitário.“É a minha primeira participação no Prêmio Sesc e não esperava vencer na categoria. Escrevo mais sobre pesquisas relacionadas à Amazonia. Como eu tinha um projeto deste livro, aproveitei o isolamento da pandemia, finalizei a obra e me inscrevi. Fiquei muito contente com o retorno”, diz.
O pernambucano Diogo Monteiro, de 43 anos, também é jornalista e atua com pesquisa de opinião e estratégia. “Sempre escrevi e participava de algumas coletâneas, mas nunca tinha pensado no Prêmio Sesc. Este ano, tive um livro infantojuvenil publicado pela primeira vez, o Relógio de sol. Agora, será a segunda vez que coloco uma obra para o público, na categoria conto.”