A psicanalista Elisama Santos ficou conhecida pelos livros de não ficção Educação não violenta (2019), Por que gritamos (2020) e Conversas corajosas (2021), obras que viraram best-sellers e discutem assuntos como relacionamento e educação.
Agora a autora baiana se aventura na ficção, com um romance em que transporta para o plano da ficção assuntos que costuma discutir em seu trabalho como psicanalista. Mesmo rio, publicado pela Record, foi pensado como uma continuação desse trabalho, mas ganhou vida própria e acabou virando um romance.
O tĂtulo do livro parte da teoria de Heráclito: “ninguĂ©m pode entrar duas vezes no mesmo rio”. Da mesma forma, Ă© impossĂvel ser a mesma mĂŁe para todos os filhos e isso tem consequĂŞncias marcantes para a construção familiar.
Na histĂłria, Rita, MarĂlia e Lucas sĂŁo irmĂŁos que cresceram na mesma casa, mas se depararam com faces diferentes de dona Maria LĂşcia, a mĂŁe.
Rita inicia a histĂłria retornando Ă casa onde viveu uma infância traumática. Passou a vida inteira sendo desprezada pela mĂŁe, enquanto via os irmĂŁos recebendo seu amor. Para a irmĂŁ MarĂlia, tal amor tinha um alto custo, pois dedicava-se inteiramente a agradar dona Maria LĂşcia. Já Lucas, o primogĂŞnito, ganhava o afeto da mĂŁe de graça, sem esforço nenhum.
A impossibilidade de encontrar esse amor faz com que Rita, aparentemente de forma inesperada, feche o portĂŁo de casa para nĂŁo mais voltar. Embora os irmĂŁos acreditem que foi uma atitude drástica — afinal, a mĂŁe que tiveram nĂŁo mereceria aquilo —, o rompimento de Rita com a mĂŁe que ela conheceu acontece aos poucos. TĂŁo lentamente, que Lucas e MarĂlia nem se deram conta.