🔓 Após 20 anos, Editora 34 traduz toda ficção de Dostoiévski

Com “Escritos da casa morta”, todos os 23 livros do escritor russo foram vertidos para o português, sempre em traduções diretas do idioma original
Dostoiévski, autor de “Escritos da casa morta”
13/11/2020

(13/11/20)

Com a publicação de Escritos da casa morta, a Editora 34 completa o projeto de traduzir para o português toda a obra de ficção do russo Fiódor Dostoiévski. Foram 23 volumes ao longo dos últimos 20 anos, com traduções feitas sempre a partir do idioma original. O que até então era algo raro em se tratando das traduções do autor no Brasil.

O projeto teve início com a edição de Memórias do subsolo, em tradução de Boris Schnaiderman, em setembro de 2000. No ano seguinte, foi publicado o clássico Crime e castigo, em tradução de Paulo Bezerra.

Agora, duas décadas depois, a editora encerra a publicação das obras completas de ficção de Dostoiévski com o livro que marca a sua ressurreição como escritor, após um período de quase dez anos em que esteve preso e exilado na Sibéria. Escritos da casa morta (também conhecido como Recordações da casa dos mortos), publicado entre 1860 e 1862, parte de um registro antropológico da vida e dos costumes dos presos comuns, encarcerados com o escritor na fortaleza de Omsk, para empreender um mergulho profundo na psicologia do ser humano.

O livro foi traduzido diretamente do russo por Paulo Bezerra, que também assina a apresentação do volume, e inclui um posfácio de Konstantin Motchulski, um dos principais biógrafos de Dostoiévski, uma carta em que o escritor defende seu livro da censura e dois depoimentos de época sobre o período de encarceramento de Dostoiévski, além da série completa de 43 xilogravuras realizadas por Oswaldo Goeldi em 1945.

Confira a lista com todos os livros de ficção de Dostoiévski lançados pela Editora 34:

Gente pobre (1846), tradução de Fátima Bianchi [2009]
O duplo (1846), tradução de Paulo Bezerra [2011]
A senhoria (1847), tradução de Fátima Bianchi [2006]
Noites brancas (1848), tradução de Nivaldo dos Santos [2005]
Niétotchka Niezvânova (1849), tradução de Boris Schnaiderman [2002]
Um pequeno herói (1857), tradução de Fátima Bianchi [2015]
A aldeia de Stepántchikovo e seus habitantes (1859), tradução de Lucas Simone [2012]
Dois sonhos: O sonho do titio (1859) e Sonhos de Petersburgo em verso e prosa (1861), tradução de Paulo Bezerra [2012]
Humilhados e ofendidos (1861), tradução de Fátima Bianchi [2018]
Escritos da casa morta (1862), tradução de Paulo Bezerra [2020]
Uma história desagradável (1862), tradução de Priscila marques [2016]
Memórias do subsolo (1864), tradução de Boris Schnaiderman [2000]
O crocodilo (1865) e Notas de inverno sobre impressões de verão(1863), tradução de Boris Schnaiderman [2000]
Crime e castigo (1866), tradução de Paulo Bezerra [2001]
Um jogador (1867), tradução de Boris Schnaiderman [2004]
O idiota (1869), tradução de Paulo Bezerra [2002]
O eterno marido (1870), tradução de Boris Schnaiderman [2003]
Os demônios (1872), tradução de Paulo Bezerra [2004]
Bobók (1873), tradução de Paulo Bezerra [2012]
O adolescente (1875), tradução de Paulo Bezerra [2015]
Duas narrativas fantásticas: A dócil (1876) e O sonho de um homem ridículo (1877), tradução de Vadim Nikitin [2003]
Os irmãos Karamázov (1880), tradução de Paulo Bezerra [2008]
Contos reunidos, vários tradutores [2017]

Escritos da casa morta
Fiódor Dostoiévski
Trad.: Paulo Bezerra
Editora 34
408 págs.
Rascunho

Rascunho foi fundado em 8 de abril de 2000. Nacionalmente reconhecido pela qualidade de seu conteúdo, é distribuído em edições mensais para todo o Brasil e exterior. Publica ensaios, resenhas, entrevistas, textos de ficção (contos, poemas, crônicas e trechos de romances), ilustrações e HQs.

Rascunho