Em O fastio do Diabo, novo romance de Ana Luisa Escorel, a escritora cria uma sátira sociopolítica do Brasil, unindo passado e presente. Ela perpassa 522 anos da história brasileira em seu terceiro romance.
Dividido em três partes — “O fastio do Diabo”, “Culpa e castigo” e “Dando conta do recado” —, Ana Luisa imagina uma reunião de membros da alta cúpula do Reino Maldito, com a presença do senhor inconteste daqueles baixios, tendo por objetivo levantar o astral do anjo caído ao revelar a ele o sucesso de sua doutrina e de suas práticas, num canto muito particular de mundo.
Cabe a um Enviado, que tem como tarefa provocar e alimentar continuamente a tragédia nessa região, fazer ao Diabo o relato de suas atividades por cerca de quinhentos anos.
A segunda parte do romance traz uma espécie de fantasia delirante e não obedece a nenhum esquema lógico. Na terceira, a narrativa histórica incorpora o devaneio criativo da autora e o Enviado se gaba de conquistas recentes nessa esquina esquecida do planeta, onde forças progressistas ousaram subverter a ordem estabelecida pelas camadas dominantes.
Primeira mulher a vencer o Prêmio São Paulo de Literatura de 2014 com o romance Anel de vidro , Ana Luisa Escorel publica sua terceira obra de ficção longa. Ela nasceu em 1944, em São Paulo, onde passou a infância e a adolescência. É autora dos livros De tudo um pouco, Dona Josefa e A formação de Antonio Candido.