🔓 Alex Ross analisa influência de Wagner na cultura e na política

O crítico da revista “New Yorker” conta como o compositor alemão, autor de criações colossais, acabou tendo seu legado arranhado por seu antissemitismo
Alex Ross, autor de “Wagnerism: art and politics in the shadow of music”
30/10/2020

(31/10/20)

Alex Ross, o renomado crítico musical nova-iorquino, autor do best-seller O resto é ruído, acaba de lançar um livro em que debate a influência do compositor alemão Richard Wagner não só na música clássica, mas também na política e na mente de diversos outros artistas que o sucederam.

Em Wagnerism: art and politics in the shadow of music, Ross investiga a figura que, para ele, é uma das mais influentes na história da música. Por volta de 1900, o fenômeno conhecido como wagnerismo tomou de assalto as culturas europeia e americana.

Criações colossais como O anel de Nibelung, Tristão e Isolda e Parsifal foram modelos de ousadia formal, criação de mitos, liberdade erótica e especulação mística. Uma gama imensa de artistas, incluindo Virginia Woolf, Thomas Mann, Paul Cézanne, Isadora Duncan e Luis Buñuel, foi influenciada por essas obras.

Até que Adolf Hitler incorporou Wagner à trilha sonora da Alemanha nazista, e o compositor passou a ser definido por seu antissemitismo feroz. Para muitos, seu nome agora é quase sinônimo de mal artístico. Ross analisa esses fatos, demonstrando como, de certa forma, o wagnerismo conta uma história trágica. De um artista que poderia ter rivalizado com Shakespeare em alcance universal e acabou sendo destruído por uma ideologia de ódio.

Alex Ross nasceu na cidade de Washington, em 1968. Aos dez anos, começou a tocar piano e a compor. Depois, estudou música e chegou a tocar oboé em orquestras escolares. Na faculdade, porém, além de apresentar programas de rádio dedicados à música erudita contemporânea, iniciou-se na crítica musical. Em 1992, depois de se mudar para Nova York, atuou como crítico do New York Times, até ser contratado pela revista New Yorker, da qual é crítico de música.

Wagnerism: art and politics in the shadow of music
Alex Ross
Farrar, Straus and Giroux
784 págs.
Rascunho

Rascunho foi fundado em 8 de abril de 2000. Nacionalmente reconhecido pela qualidade de seu conteúdo, é distribuído em edições mensais para todo o Brasil e exterior. Publica ensaios, resenhas, entrevistas, textos de ficção (contos, poemas, crônicas e trechos de romances), ilustrações e HQs.

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