🔓 Alba de Céspedes, influência de Elena Ferrante, tem romance publicado no Brasil

Caderno proibido, editado originalmente em 1951, retrata a intimidade de uma mulher comum e as mudanças da sociedade italiana no pós-guerra
Alba de Céspedes, autora de “Caderno proibido”
25/04/2022

Escritora que é uma das influências de Elena Ferrante (autora da Tetralogia Napolitana), a italiana Alba de Céspedes tem um de seus principais romances publicados no Brasil. Caderno proibido retrata a intimidade de uma mulher comum e as mudanças da sociedade italiana no pós-guerra.

Valeria Cossati, a personagem principal, sai para buscar cigarros para o marido na tabacaria, mas acaba comprando ilegalmente um caderno preto — um item que não poderia ser comercializado aos domingos —, e faz dele seu diário.

A narrativa se passa Roma dos anos 1950, e Valeria leva a vida entediante de uma mulher de classe média, dividindo-se entre os papéis de mãe, esposa e funcionária de escritório. Há anos ela não ouve o próprio nome — o marido só a chama de “mamãe” —, e sua relação com os filhos é marcada por conflitos geracionais. Porém, conforme alimenta aquelas páginas proibidas,

Valeria começa a notar uma profunda transformação em si mesma — cujas consequências ela ainda não sabe prever.

Alba de Céspedes foi uma das grandes autoras de língua italiana do século 20, com uma obra que se destaca pela profundidade das personagens femininas. Ela nasceu em Roma, em 1911, filha de uma italiana com um embaixador cubano no país.

Estreou na literatura em 1935 com os contos L’anima degli altri, e publicou uma série de romances, entre os quais Ninguém volta atrás (1938), Dalla parte di lei (1949), Caderno proibido (1951), A rebolona (1967) e Nel buio della notte (1976). Envolvida com a pauta antifascista, fundou a revista Mercúrio, em 1944, e no pós-guerra dedicou-se a escrever para o cinema, o teatro, o rádio e a televisão. Morreu em Paris, em 1997.

Caderno proibido
Alba Céspedes
Trad.: Joana Angélica d’Avila Melo
Companhia das Letras
288 págs.
Rascunho

Rascunho foi fundado em 8 de abril de 2000. Nacionalmente reconhecido pela qualidade de seu conteúdo, é distribuído em edições mensais para todo o Brasil e exterior. Publica ensaios, resenhas, entrevistas, textos de ficção (contos, poemas, crônicas e trechos de romances), ilustrações e HQs.

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